2 – Foi alvo das grandes navegações e adornava jardins:

A soja chegou ao Ocidente, pela primeira vez, no fim do século XV, por meio de navegadores europeus que faziam comércio com o Oriente. Por mais de 200 anos, porém, o grão permaneceu apenas como uma curiosidade botânica e ornamental, presente em jardins ingleses, franceses e alemães. Foi só no século XVIII que começou a produção de ração animal e óleo, e a partir de 1950 o óleo e a proteína de soja passaram a despertar interesse industrial. Várias tentativas de cultivo em países muito frios, como Rússia, Inglaterra e Alemanha, porém, fracassaram. A oleaginosa desembarcou nos Estados Unidos no fim do século XIX e era destinada à alimentação animal.

3 – Chegou ao Brasil via EUA e Japão:

As primeiras variedades de soja de que se tem notícia no Brasil vieram dos Estados Unidos com destino à Bahia, em 1882. A adaptação não foi boa, e uma nova tentativa ocorreu em Campinas (SP), uma década depois. Mas os grãos que melhor se desenvolveram no País foram trazidos por imigrantes japoneses, a partir de 1908. O primeiro cultivo oficial em solo brasileiro aconteceu, de fato, em 1914, na região de Santa Rosa (RS), e os plantios comerciais começaram dez anos depois. Em 1940, a soja chegou ao Paraguai e, na década seguinte, à Argentina e ao México.

4 – Brasil e EUA disputam a liderança mundial:

A soja encontrou clima e condições favoráveis para plantio em larga escala nos Estados Unidos e no Brasil, onde a expansão do cultivou ocorreu a partir da década de 1970. Atualmente, a produção mundial do grão passa de 350 milhões de toneladas, em uma área superior a 120 milhões de hectares, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Um terço desse volume é plantado em solo norte-americano; o outro terço vem do Brasil, e a terceira parte é cultivada em países como Argentina, China, Canadá, Índia, Paraguai, África do Sul e Uruguai.

Na safra 2016/2017, os EUA produziram três milhões de toneladas a mais de soja que o Brasil, com um total de 117,2 milhões de toneladas – contra quase 114 milhões do nosso País. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), porém, o Brasil será o maior produtor dessa commodity até 2026. Em relação às exportações, Brasil e EUA vêm se revezando no primeiro e segundo lugares, com cerca de 60 milhões de toneladas de grão, farelo e óleo enviadas por cada um ao exterior – para países como a China – e bilhões de dólares gerados anualmente (em 2016, o Brasil arrecadou US$ 25,3 bilhões com a exportação de soja).

Caso as projeções da FAO se confirmem, em nove anos Brasil e EUA vão responder por 80% das exportações mundiais do grão. O que o País não alcançou ainda é a produtividade norte-americana: enquanto lá se produzem 58,3 sacas por hectare, aqui a média é de 56. Mas trabalhos de melhoramento genético vêm apresentando excelentes resultados em relação a ganho de produtividade em áreas tropicais.

5 –Maiores produtores do País:

O top 3 do ranking nacional em produção de soja é formado por Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. O primeiro é líder isolado, com uma produção de 30,5 milhões de toneladas em uma área de 9,3 milhões de hectares, de acordo com dados da Conab referentes à safra 2016/2017. Já o vice-campeão produziu 19,5 milhões de toneladas em uma área de 5,2 milhões de hectares, enquanto o terceiro lugar alcançou 18,7 milhões de toneladas em 5,5 milhões de hectares. O Paraná também se destaca na produtividade, com uma média de 62 sacas por hectare.

Outros Estados brasileiros expressivos na produção de soja são Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais. Além disso, segundo a Conab, há um avanço acelerado no Pará e na região do Matopiba (que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), com um potencial de expansão de 10 milhões de hectares.

6 – É uma commodity:

Todo produto que funciona como matéria-prima, é produzido em larga escala, pode ser estocado sem perder a qualidade e tem negociação em bolsa de valores (como a BM&FBOVESPA) é considerado uma commodity, ou seja, uma mercadoria. A soja se encaixa nesse perfil – assim como milho, algodão, café, açúcar, ouro, boi gordo, petróleo e suco de laranja (concentrado e congelado). O preço da soja no mercado mundial, portanto, é consequência da oferta e da demanda, não sendo determinado pela empresa que a produz. Na época da entressafra, por exemplo, há aumento de preços, o que afeta o valor final do produto.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *